Os jogos de tabuleiro são os queridinhos dos pais. Contudo, é importante que os jogos eletrônicos não sejam encarados como vilões. Estudos recentes já comprovaram que podem trazer uma série de benefícios ao desenvolvimento infantil.
“Facilitam o aprendizado de várias competências cognitivas. Como habilidades de leitura, escrita, cálculo e até mesmo motoras”.
Afirma a psicopedagoga Rebeca Lescher, diretora da Associação Brasileira de Psicopedagogia/Seção São Paulo.
Entretanto, o risco aparece, pois a diversão na tela do celular e/ou tablet tende a monopolizar a rotina da criança. Principalmente quando não são oferecidas outras brincadeiras.
Inclusive já falamos sobre isso em outro artigo que você pode conferir aqui.
Dessa forma, os jogos eletrônicos passam a se tornar a única opção de distração para elas. E isso pode vir a ser um grande problema.
Mundo Real x Mundo Virtual
Embora o mundo virtual seja muito interessante, somente o real pode fazer com que a criança amplie sua visão.
Sendo assim, essa interação é fundamental para desenvolver competências. Sejam elas de consciência corporal, temporal, de espaço e lateralidade. Todas são fundamentais para o processo de aprendizagem.
Os jogos com regras estabelecidas são muito importante para que as crianças tenham noção de ética e justiça. É dessa maneira que as crianças poderão experimentar diversas emoções. Além de exercitarem o auto-controle com sentimentos satisfatórios ou contraditórios.
A importância dos Jogos de Tabuleiro
Brincadeiras tradicionais como jogos de tabuleiro, simbólicos e cantados, possuem uma ótima ferramenta para o aumento do vocabulário. Também ajudam a criança a compreender e aceitar o pensamento do outro.
Dessa forma, pode-se afirmar que estimulam a memória, a capacidade de recordar, percorrer o passado e antever o futuro. Isto torna possível a capacidade de antecipação, planejamento e tomada de decisões.
Sendo assim, o raciocínio se torna mais rápido e flexível.
Concorrência com a tecnologia
Em pleno século 21, a concorrência parece mesmo ser desleal. Com a quantidade de possibilidades tecnológicas, trazer as crianças para o mundo das brincadeiras tradicionais exige soluções criativas.
De acordo com a psicopedagoga Rebeca Lescher:
“Os pais devem estar conscientes de que é necessário impor limites para que os filhos exercitem outras habilidades e descubram novas formas de se divertir”, afirma.
Com os pequenos costuma ser mais fácil. Para eles o ideal, sugere Rebeca, é negociar períodos de 15 minutos. Estes intercalados com outras atividades.
“Mas tudo depende do bom senso. É bom lembrar que crianças pequenas têm muita energia e precisam gastá-la.”
Conforme elas vão crescendo e ganhando mais autonomia, o controle acaba se tornando mais um desafio para os pais. É neste momento que chega a fase da vontade própria.
Por isso, o mais saudável é que os pais passem a limitar os jogos virtuais a por exemplo 2 horas diárias. Preferencialmente no horário da tarde, pois à noite é preciso desacelerar em prol de um melhor sono.
Todos os tipos de jogos são válidos, desde que haja bom senso e limite.
As crianças precisam ter hora para correr, praticar um esporte, tocar um instrumento, brincar, e, principalmente, interagir com seus colegas no mundo fora das mídias sociais.